A Agência de notícias Reuteurs publicou uma matéria com a entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, onde este critica o governo do Partido dos Trabalhadores sobre o escândalo da Petrobrás. Segundo a matéria assinada pelo jornalista Brian Winter, o ex-presidente acredita que os casos de corrupção da Estatal tem mais responsabilidade política de Lula do que de Dilma (Leia matéria na íntegra aqui).
Até aí nenhum problema, é apenas mais uma das muitas entrevistas que retratam as batalhas políticas entre o PT e o PSDB. Contudo, um erro de edição colocou no ar um pequeno detalhe que aponta a possibilidade de manipulação do conteúdo, definindo o que pode ou não ser publicado e apresentado ao leitor, conforme imagem abaixo:
O trecho: “Entretanto, um dos delatores de esquema, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, disse que o esquema de pagamento de propinas na Petrobras começou em 1997, durante o governo tucano” veio acompanhado da orientação “Podemos tirar, se achar melhor”.
A Reuteurs excluiu o comentário pouco tempo depois, porém, a matéria foi replicada por outros sites, também sem revisão e mantendo o comentário, vide o Jornal A Cidade, de Ribeirão Preto e o Jornal O Globo, do Rio de Janeiro, que até o momento em que redijo essas linhas ainda se encontram inalterados.
Quem seria o responsável pelo veto da informação? O editor da Agência ou o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso?
A resposta para a pergunta é indiferente, o que ainda me espanta é que no Brasil não se tenha nenhum tipo de critério (e cuidado) para manipular a informação que chega ao leitor. Não bastava apenas uma matéria com o FHC criticando o Lula e a Dilma, era também preciso perguntar se era necessário blindar o antigo presidente e seu partido.
Assim que o equívoco de edição foi notado, a hastag #PodemosTirarSeAcharMelhor se espalhou pelas redes sociais ganhando destaque no ranking nacional do Twitter.