Kindle paperwhite: Prático como você

Ser de direita é uma coisa, apoiar fascista é outra

Compartilhe:

Nenhum “ódio” para com a esquerda justifica o voto em Bolsonaro. Aliás, o que poderia justificar o voto útil em um inútil?

Bolsonaro é deputado por quase três décadas e o que ele aprovou de relevante? Absolutamente nada, nem mesmo um projeto para segurança pública, que é a sua principal bandeira. Durante todos esses anos vivendo às custas de dinheiro público, o que ele fez além de ter assessores fantasmas e usar benefícios indevidos, como o auxílio moradia?

Bolsonaro não entende absolutamente nada de economia, e não sou eu quem afirma isso, é o próprio. Ele não precisa ser um especialista, mas o fato é que não entende o básico. Eu não enxergo como seria possível levar o Brasil ao crescimento, se ele é incapaz de entender as premissas básicas para isso. Entrega toda a responsabilidade para Paulo Guedes, que não mais se posiciona publicamente, e quando o fez, divergiu com as opiniões do próprio Bolsonaro. Divergência é a palavra chave nessa chapa, isso inclui o também defensor de tortura General Mourão, seu vice.  A cada declaração nefasta, Bolsonaro precisa se posicionar contrariamente a isso, provavelmente instruído por sua equipe política, já que na prática, sabemos que é exatamente isso que ele também pensa.

Por que votar em um candidato que critica cotas, não se preocupa com a desigualdade social, ataca as minorias, defende perda de direitos trabalhistas, desconhece seu próprio plano de governo (chama de fakenews quando parte dele sai na imprensa) e precisa de cola para decorar três palavras?

Vamos lembrar as três palavras: Pesquisas, armas e Lula. Ainda não entendeu a gravidade? O Bolsonaro precisa de cola para decorar as três palavras que ele mais diz na vida!

Estamos falando de um candidato que defende golpe militar e que tem como livro de cabeceira a obra de um TORTURADOR, a quem ele chama de herói: “Heróis também matam”, afirmou. Um homem que acha normal pessoas serem assassinadas e torturadas por possuírem outra ideologia política, que não a de golpistas militares. Assassinatos e torturas que ele diz que “se” aconteceram, foram apenas “excessos”. Estamos falando de um homem que coloca crianças para fazerem sinais de armas de fogo com as mãos, como se fosse algo positivo incentivar crianças a serem assassinas.

Eu não gosto dos governos do PSDB, detesto gente como o João Dória e Aécio Neves. Tucanos representam o meu avesso ideologicamente. Eles são a personificação de todas as práticas que eu critico, como o apoio massivo da mídia, que faz o possível para interferir na democracia, apoiando golpes, sejam eles militares ou parlamentares, editando e manipulando debates, criando temor na população e o clima de ódio entre os desiguais. Ressalto ainda, que políticos do PSDB estão sempre sendo protegidos pela nossa justiça, que da primeira à última instância, é tão parcial quanto os veículos de mídia, que monopolizam a comunicação no país.

Apesar de tudo isso, eu votaria no Alckimin, sem pensar duas vezes, em um eventual segundo turno contra o Bolsonaro. Porque minha convicção não é maior que minha sanidade.

Existe uma diferença enorme entre ideologia e caráter. Nada justifica o voto em um cara que representa a escória da nossa sociedade: elitista, machista, racista, homofóbico e xenófobo.

Ser de direita é uma coisa, apoiar fascista é outra.

 

* A imagem usada para ilustrar esse texto foi divulgada pela Mídia Ninja em seu Instagram.

Compartilhe:

Sobre Rodrigo Barros

Avatar photo
Empreendedor e escritor, Rodrigo Barros é bacharel em Biblioteconomia e em Sistemas de Informação, com pós-graduação em Gerência de Projetos e MBA em Gestão de Marketing. Fundador e editor chefe na Cartola Editora.

Veja também

Cidade invisível: apropriação cultural e o complexo de vira-latas

Eu tomei conhecimento da série Cidade invisível, uma produção original da Netflix, ao acaso. Sim, …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

five + two =

*

Web Analytics