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Ganhamos ou perdemos?

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Após o término das eleições, fica sempre a sensação de que um lado venceu e naturalmente o outro perdeu. Se o sentimento de vitória ou derrota nos divide, estamos de fato num mesmo barco, e se os eleitos fizerem o melhor por seus Estados e pelo País, estaremos todos em rumo à vitória, e indubitavelmente, se forem mal, a derrota também é certa para quem interessa: O povo.

Tanto faz em quem você votou durante as eleições, se foi no candidato vencedor ou no candidato perdedor, se você não votou, se abstendo do direito de fazê-lo, ou decidiu por votar em branco. A responsabilidade é de todos nós. Não adianta apenas se engajar na luta contra a corrupção, a favor das minorias, a favor de uma melhor economia, projetos sociais ou qualquer outro ponto de vista, se a partir de agora você se preocupar apenas com os pormenores da vida, focando na questão política somente daqui a dois anos, nas eleições municipais. A cidadania é algo que deve estar sempre em prática, não abra mão dela.

Pela primeira vez tivemos uma eleição plena com a participação da maioria dos brasileiros com acesso à internet nas redes sociais. Ganhamos por esse lado. Nunca vi tanta discussão política, tanto engajamento por seus candidatos, e isso é sem dúvida alguma um progresso de dar gosto. Se por um lado à internet nos uniu (e nos desuniu também) em razão dos nossos ideais, nos mostrou o pior dos brasileiros: A intolerância.

Aquilo que vemos veladamente todos os dias pelas redes sociais, homofobia, xenofobia, racismo entre outros, seja no futebol, nas brincadeiras com fundo de verdade, discussões sobre filmes, novelas e afins, se tornaram claro como água, não houve qualquer receio em demonstrar todo o preconceito enraizado, desde candidatos (eleitos ou não), até grande parte dos eleitores. O ataque aos nordestinos é injustificável, assim como a aqueles que usufruem de alguma assistência social por parte do governo.

Somos todos iguais, independente de raça, religião, sexualidade ou time de futebol, e a democracia é sem dúvida alguma o melhor sistema possível, ali, o voto do rico e do pobre, do hétero e do gay, do tricolor e do rubro-negro, do negro e do branco, ou qualquer outra etnia, tem o mesmo peso e, devemos sempre aceitar a escolha do próximo e a decisão da maioria. A decisão do povo é soberana, ainda que seja diferente da sua escolha individual.

Se ganhamos ou perdemos, de fato, o tempo se encarregará de mostrar, mas podemos contribuir para que estejamos sempre ganhando, atuando de forma democrática e nunca esquecendo de que somos cidadãos, e é nossa obrigação lutar por um País melhor, não para mim, ou para você, mas para todos. Ainda temos um longo caminho a evoluir em busca de uma sociedade mais tolerante, é apenas o começo, e não me furtarei um só instante a lutar para que a democracia e nossas escolhas individuais sejam sempre respeitadas.

Ainda não sei se ganhamos ou perdemos com o engajamento e os excessos nas redes sociais, contudo, espero ao menos que estejamos no caminho para o amadurecimento e respeito ao próximo.

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Sobre Rodrigo Barros

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Empreendedor e escritor, Rodrigo Barros é bacharel em Biblioteconomia e em Sistemas de Informação, com pós-graduação em Gerência de Projetos e MBA em Gestão de Marketing. Fundador e editor chefe na Cartola Editora.

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