L&PM Pocket
Filosofia
1891
978-85-254-1246-1
Sinopse:
O ensaio A alma do homem sob o socialismo é uma peça peculiar da obra do escritor Oscar Wilde. Publicado no periódico The Fortnightly Review em 1891, trata-se de um texto que veio a público no despontar da carreira do autor. Ele já havia publicado O príncipe feliz e outras histórias, com contos para crianças, a primeira versão de seu romance O retrato de Dorian Gray, bem como O retrato do Sr. W. H e a peça A duquesa de Pádua, tendo certo renome como jornalista.
Sobre o autor:
Oscar Wilde (1854-1900) foi um influente escritor, poeta e dramaturgo britânico de origem irlandesa. Depois de escrever de diferentes formas ao longo da década de 1880, tornou-se um dos dramaturgos mais populares de Londres, em 1890. Hoje ele é lembrado por seus epigramas e peças.
A resenha:
Pouco conhecia sobre a obra de Oscar Wilde quando me deparei com o ensaio A alma do homem sobre o socialismo. Já havia ouvido falar sobre o romance O retrato de Dorian Gray, muito em virtude da série Penny Dreadful. O título do pequeno livro chamou-me a atenção e resolvi levá-lo para casa. Não me arrependi um só instante. Basicamente li o livro em um dia e fiquei impressionado em como um escritor erudito do século XIX possuía tamanha habilidade na escrita simples, vislumbrando o universo de sua época e que ainda assim poderia ser aplicado tranquilamente para os dias atuais.
O ensaio se inicia com um espirito libertário, individualista e quase anárquico. Oscar define bem a sociedade em que estava inserido, relata a necessidade de igualdade social na Londres de seu tempo. Algumas frases que ele utilizou mexeram verdadeiramente com a minha alma, principalmente por se encaixarem perfeitamente em meus pensamentos. O homem que luta contras as injustiças sociais é um homem livre, ainda que viva no cárcere, enquanto o homem que desistiu de lutar, já está encarcerado, ainda que goze da mais plena liberdade.
Wilde demonstra a necessidade de o cidadão entender seu lugar no contexto em que vive, explica de forma detalhada que o burguês, nada mais é, que parte da plebe, manipulado por aqueles que de fato dominam a sociedade, mesmo que acredite ser parte da nobreza. Ainda que defenda o socialismo, comparando-o com o sistema vigente, o autor deixa clara a necessidade de liberdade, afirma que o sistema só seria pleno com o individualismo, pois de nada adiantaria abandonar o capitalismo para viver em uma sociedade dominada por outros opressores. Veja bem, Oscar Wilde previu o que aconteceria décadas depois, com Stalin na União Soviética. Ele era extremante consciente da natureza humana.
O livro não se limita somente a falar sobre diferenças sociais e sistemas econômicos. Apesar do título da obra, o texto é marcado pelo pluralismo de ideias, passando por debates religiosos e pela relação conflituosa entre o artista e o público, criticando a falta de cultura do segundo, que tende a absorver artes “menores” exigindo a simplicidade da arte que não é capaz de compreender, mais atual do que isso é impossível.
Afora tudo isso, o amor que não ousa dizer seu nome.
Pois é Andel, é simplesmente sensacional. Não citei o amor que não se ousa dizer o nome porque em breve o farei quando resenhar o outro livro de Oscar Wilde que estou terminando de ler “De profundis”. Abraços.
Olá Rodrigo, adorei sua resenha, acho que uma boa resenha instiga a leitura do livro. Também faço resenhas, mas minha experiência é com a literatura científica que considero mais fácil. Parabéns. Abraços
Olá tia, esse é o objetivo, fazer com que mais pessoas se interessem pela literatura. Beijos.