Sei que o assunto hoje gira em torno do tema, afinal não é todo dia que se expede um pedido de prisão a um ex-presidente, mas é interessante não só debochar da “vergonha alheia” cometida pelo Ministério Público de São Paulo, como também explicar para os que desconhecem a história, o motivo do deboche nas redes sociais. Além de citar Karl Marx, filósofo, sociólogo, jornalista e revolucionário socialista, o Ministério Público de São Paulo citou “Hegel” no pedido de prisão expedido ao ex-presidente Lula.
Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um filósofo alemão, considerado um dos mais importantes e influentes filósofos da história. Pode ser incluído naquilo que se chamou de “Idealismo Alemão”, movimento filosófico marcado por intensas discussões filosóficas entre pensadores da cultura alemã do final do século XVIII e início do XIX. O Ministério Público de São Paulo provavelmente teve a intenção de se referir não a Hegel, e sim a Friedrich Engels, filósofo e revolucionário alemão que junto com Karl Marx fundou o chamado socialismo científico ou marxismo. Ele foi coautor de diversas obras com Marx, sendo que a mais conhecida é o Manifesto Comunista.
É bom ressaltar que Georg Hegel e Karl Marx costumam ser relacionados na história da filosofia pela exclusão de um em relação ao outro. Teriam pensamentos antagônicos, ainda que existam correntes de pensamento que tentam estudar não o antagonismo, mas a semelhança entre os pensamentos de ambos e ainda pela completude entre eles. Talvez esses estudos publicados tenham influenciado o Ministério Público de São Paulo e induzido ao erro.
Não sei se Marx e Engels (não Hegel, que foi citado) se envergonhariam das atitudes do ex-presidente Lula. Acredito até que existem outros personagens da história que envergonhariam um pouco mais os teóricos do manifesto comunista, como os ex-ditadores Josef Stalin, na União Soviética e Mao Zedong, na China, mas é um fato que o Ministério Público de São Paulo conseguiu envergonhar a todos, situação, oposição, juristas e esse que vos escreve.